• ‘Mal da vaca Louca’ no Pará: saiba quais são os impactos para o produtor e consumidor em Sergipe

27 de fevereiro de 2023

A Federação da Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese) emitiu um alerta nesta segunda-feira (27) para informar à população que não existe nenhum caso do ‘mal da vaca louca em Sergipe’. A informação foi confirmada pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Estado de Sergipe (Emdagro).

A emissão do alerta se torna necessária para os estados, depois que o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou informações sobre a confirmação de um caso no estado do Pará.

Na última quinta-feira (23), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, informou que as características e sintomas avaliados na vaca em questão no Norte do País, indicam a possibilidade de uma forma atípica da doença, que surge de forma espontânea no animal.

A médica veterinária, Taynã Matos, explicou que a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) ou Doença da vaca louca como é conhecida popularmente possui duas formas, a atípica e a clássica.

“A clássica é transmitida por meio de alimentos contaminados, como farinha de carne e ossos e por esterco (cama de frango) e carcaças infectadas. A forma atípica é desenvolvida de forma natural no organismo do animal, geralmente acomete animais mais velhos que desenvolvem uma proteína defeituosa. Esta forma é menos agressiva e não gera riscos de transmissão ao rebanho”, disse a médica veterinária.

Mesmo diante da suspeita de que o caso registrado no Pará seja da forma atípica, é preciso que haja confirmação mediante exames, por isso, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), enviou amostras de material genético do animal para o laboratório referência da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é mesmo atípico.

As exportações de carne bovina à China estão suspensas desde quinta-feira (23) por causa da confirmação do caso no Pará.

Em nota, o MAPA, explicou que a suspensão segue o protocolo sanitário entre os dois países e descartou a existência de risco para o consumidor.

O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, explicou em entrevista à CNN, que os efeitos para o produtor rural brasileiro são negativos.

“O preço da carne ao produtor não tem reajuste há um tempo. O preço da arroba está baixo e o custo de produção elevado. A identificação deste caso pode retardar o aumento de preço da arroba para produtores”, detalhou.

Segundo Bruno, o Brasil exporta 28% da produção de carne. Todo o restante, circula no mercado interno. Diante disso, ele explicou que o registro do caso no Pará, não deve ter impactos nos preços, nem para o produtor, nem para o consumidor em todo país.

“O Brasil tem um histórico que não oferece risco ao consumidor. Acredito que por conta disso, o impacto para nossa economia não seja tão negativo. Espero que em duas semanas, o mercado possa voltar a exportar, porque a qualidade dos produtos que são exportados e que circulam no Brasil é levada a sério. Os programas sanitários do país são cumpridos de forma rigorosa”, finalizou.






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